Homem vestido de Papai Noel mata 9 com AK-47 no Gonzaga

Leonardo Ribeiro Lins, 32, era operador de caixa em um supermercado e nos finais de ano, arrumava um emprego extra como Papai Noel. Os vizinhos dizem que sempre foi pacato, meio calado, sem muitos amigos.

Este é o perfil do homem que, vestido como o bom velhinho, atirou em dezenas de pessoas, deixando um rastro de 9 mortos e 26 feridos na tarde desta segunda-feira, 24 de dezembro.

Leonardo minutos antes da chacina

Uma testemunha que não quis se identificar disse: "Estava olhando da janela do meu apartamento (próximo à galeria AD Moreira) quando esse homem passou correndo e atirando enquanto gritava 'ho! ho! ho! Feliz natal!', as pessoas corriam desesperadas". O tumulto levou nove minutos, com Leonardo correndo no sentido Ana Costa.

"Ele não perdoou nem crianças, nem idosos!", disse Marcos del Real, o Presidente do Clube do Gato de Santos, que foi ferido com um tiro na perna. Ao seu lado, um casal está em estado de choque, seus dois filhos foram mortos, testemunhas relatam as palavras do genocida natalino: "Ho! ho! ho! Trouxe umas balas para vocês"

Av. Mal. Floriano Peixoto foi o palco da tragédia

Mais para frente, na altura de uma loja de calçados, um homem segurando uma bíblia jazia junto ao chão. Leonardo, antes de atirar, esbravejou: "Ho! ho! O que diz em Apocalipse 3:16?" e diante da resposta errada do religioso, ele reagiu com tiros e disse: "Não és quente nem frio e agora o ferro vomitará em ti! Ho! ho! ho! Feliz natal!"

A polícia militar só deteve o assassino na Avenida Ana Costa, próximo a um Shopping Center. Leonardo disse aos repórteres que uma luz entrou pela janela de sua casa, com seres que se diziam enviados por Deus, que teriam lhe entregado a arma e dado instruções do que fazer.

Uma testemunha disse que o rapaz também cantarolava uma música que tocava em seu celular e que vieram a descobrir que é de uma banda chamada Garotos Podres. Segue abaixo a música:

A Presidenta da Associação dos Moradores da Orla, Ana Andrade, se disse chocada com a situação. "Essas pessoas mortas, esse sangue. Por que? A que ponto chegamos, a culpa é da mídia que esconde o caos da civilização e capitaliza a acomodação".