Pedreiro descontrolado esfaqueia três pessoas em mercado na Aparecida

"Quem quer morrer?", dizia o auxiliar de pedreiro que matou uma pessoa e feriu duas com uma faca de churrasco anteontem à noite no Supermercado Carrefour , próximo ao shoping Praiamar em Santos.

Ricardo Prado de Araujo, 27, percorreu quase todas as seções do mercado, ameaçando as pessoas. Empunhava uma faca de churrasco, que furtou no próprio local (Tramontina, modelo Ultracorte, pacote com quatro tamanhos: R$ 53,90).

Era dia de promoção -- Segunda-feira Maluca (até 30% de desconto em frutas e legumes). A loja estava cheia.

A primeira vítima foi o comerciante chinês Ding Wu Ching 60, esfaqueado próximo à banca de tomates, ao lado da mulher. Sem motivo aparente, Araújo deu-lhe duas facadas na barriga. Afastou-se e voltou a esfaqueá-lo. Ao todo, desferiu oito golpes.

Ding andou por 30 metros e pediu ajuda. Seguranças disseram para ele se deitar no chão e esperar o socorro. Gemendo, no colo da mulher, dizia: "Não aguento mais".

Ding Wu Ching, a vítima fatal do pedreiro 
Uma poça de sangue se formou debaixo de seu corpo. Clientes começaram a gritar que um "maluco" tinha esfaqueado um homem. Seis mulheres desmaiaram.
A segunda vítima foi outro comerciante. Ele se deparou com Araújo, tentou fugir, mas foi ferido nas costas. Antes de fazer a terceira vítima (um fiscal do Carrefour atingido no abdômen), Araújo tentou esfaquear outro cliente, que jogou um carrinho de compras contra ele.

Pânico e correria duraram quase meia hora. "Quando começou a confusão, eu tinha acabado de passar minha primeira compra no caixa, às 20h41. Quando acabou, eu terminei. Eram 21h13", disse a dona de casa Karina Marques, 31, exibindo o cupom fiscal com horários.

Um policial disparou dois tiros no meio da loja --mais gritos, mais pânico. Não o atingiram o agressor, que acabou detido pela PM.

A família de Ding estuda processar o Carrefour por omissão de socorro. Testemunhas dizem que ele sangrou sem parar na loja e só foi removido ao fim da confusão. Morreu ao entrar no hospital.

O Mercado não divulgou cenas de câmeras internas. Em nota, informou ter "tomado todas as medidas cabíveis". Também disse que acionou a PM, "lamenta profundamente o ocorrido" e se mantém "à disposição das autoridades".


Preso, Araújo afirmou que era perseguido desde sua casa, em Guararema, a 40 km de Guarulhos, mas não disse quem o seguia. Segundo a polícia, ele não conhecia as vítimas. Na delegacia, disse não se lembrar de nada. Não parecia estar sob efeito de drogas nem alcoolizado.

A polícia ainda tem poucos dados dele. Só sabe que nasceu em São Vicente e nunca foi condenado. As outras duas vítimas passaram por cirurgias e não correm risco de morte.

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